Você já parou para pensar em como anda sua saúde mental no trabalho? A gente passa a maior parte do
nosso tempo lá, então é fundamental que esse ambiente seja saudável e acolhedor. O janeiro Branco é um ótimo lembrete disso, mas a verdade é que precisamos falar sobre o assunto o ano inteiro!
O que é o janeiro Branco e por que ele surgiu?
O janeiro Branco começou em 2014, lá em Uberlândia, Minas Gerais, com a ideia genial do psicólogo
Leonardo Abrahão. A sacada foi usar o comecinho do ano, com aquela vibe de ano novo e metas, pra gente também pensar em cuidar da mente. E não é que deu certo? A campanha cresceu tanto que virou lei federal no dia 25 de abril de 2023! Isso mostra como o assunto é sério e importante.
Por que ainda temos dificuldades em falar sobre saúde mental?
Há muitas terminologias encontradas no CID-11 (Classificação Internacional de Doenças, 11ª edição) ou noDSM-5-TR (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição) com inúmeras
denominações e aos poucos com divulgação estes termos estão se popularizando e se tornando de fácil
compreensão, embora haja ainda preconceitos para podermos expressá-los abertamente.
Hoje o Brasil conta com 2.795 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), criados entre os anos de 1980 e
Mas ainda estamos “em evolução” para todas as possibilidades de tratamentos que todos temos
merecimento e direito por identificar e tratar. ainda existe muito preconceito e estigma em torno da saúde mental, mesmo se popularizando as terapias em plataformas on-line, muitas oferecidas pelas empresas.
A pior parte de ter uma doença mental é que as pessoas esperam que você se comporte como se “não tivesse”!
- Você tem de manter a calma!
- Viu como você está ansiosa?
- Isso é coisa da sua cabeça!
- Você tem tudo… Por que está se sentindo assim?
Com isso…muita gente tem medo de falar sobre o que sente por receio de ser julgada ou discriminada. Isso é muito sério, porque impede as pessoas de buscarem ajuda e acabam sofrendo ainda mais.
Precisamos quebrar esse ciclo! Reduzir o estigma e banalidade da saúde mental, garantindo que ela seja
reconhecida e tratada com respeito, dignidade e humanidade. Afinal, vivemos ainda a cultura do silêncio
pelo medo do julgamento e o estigma/ preconceito atrasa em até 10 anos o tratamento.
No ambiente profissional, é ainda pior!
As pessoas procuram esconder tal situação por medo de sofrerem discriminação e consequentemente
com a falta de oportunidade para evoluirem em suas carreiras ou até estarem entre as listadas para
demissão. Assim, não compartilhar um sofrimento psíquico e não ser capaz de pedir ajuda é uma situação estressante, o que pode adoecer ainda mais.
Ao nosso ver o “janeiro Branco” é apenas a abertura de trabalhos para todos os meses do ano, para
conscientizar e educar a todos para os cuidados com a saúde mental e promoverem cuidados com o bem-estar integral no ambiente de trabalho onde a maioria das pessoas dedicam grande parte de suas preciosas vidas.
O impacto da saúde mental no trabalho: números que assustam:
- O uso de antidepressivos cresceu 37% no Brasil em 2023.
- A OIT estima que problemas de saúde mental causam a perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano, com um custo de US$ 1 trilhão para a economia global.
- The Economical Costs of Mental Disorder – Os custos de doenças mentais são, 30% diretos (tratamento) e 70% são custos indiretos (perda de produtividade-presenteísmo).
- Pesquisa OPAS – o Brasil é o país mais atingido pela depressão na América Latina, com 5,8% da população afetada e 9,3% sofrendo ansiedade.
No Brasil, transtornos psicológicos são a terceira causa de afastamento do trabalho pelo INSS, com a depressão liderando. A depressão leva a 280 mil afastamentos por ano, o que custa mais de R$ 200 bilhões em faltas, perdas de produtividade e despesas com assistência médica.
Esses dados mostram que a saúde mental não é só uma questão individual, mas também um problema que afeta as empresas e a economia do país, por isso dizemos: Bem-estar mental é um compromisso de todos.
O que as empresas podem fazer?
A NR-01 e a Lei nº 14.831/2024
A boa notícia é que as empresas estão começando a se preocupar mais com o tema.
A NR-01, que antes focava só em riscos físicos, químicos e ergonômicos, agora também inclui os riscos
psicossociais, como como assédio moral e sexual, estresse no trabalho, sobrecarga de tarefas, entre outros, as empresas terão que se adequar. Há necessidade de:
- Documentação para garantir que as medidas de controle sejam eficazes e atualizadas.
- Inventário de riscos atualizado de todos os riscos ocupacionais identificados.
- Plano de ação para mitigar os riscos identificados incluindo a Capacitação e treinamento a fim de garantir que todos os colaboradores recebam informações
Somado a isso no final de março/2024, o Governo Federal sancionou a Lei nº 14.831/2024, também
conhecida como a “nova lei da saúde mental”, que passará a reconhecer formalmente
empresas/organizações que promovem a saúde mental de seus colaboradores com o Certificado da
Empresa Promotora da Saúde Mental. Esse certificado será concedido às empresas que demonstram
práticas eficazes na promoção da saúde mental e do bem-estar de seus trabalhadores e terá validade de
dois anos, podendo ser revogado caso seja constatado o descumprimento das diretrizes estabelecidas na lei. A certificação será realizada por uma comissão específica nomeada pelo governo federal, através de regulamento. Após o período de dois anos, a empresa deverá passar por nova avaliação para renovação.
Enquanto válido, as empresas poderão utilizá-lo em sua comunicação a fim de sustentar a permanência e atração dos melhores funcionários.
Há 03 pilares de base com uma série de critérios para o alcance desta Certificação:
– Promoção da Saúde Mental
– Bem-estar dos colaboradores
– Transparência e prestação de contas
Como transformar o bem-estar mental em um compromisso coletivo?
Não adianta só falar sobre o assunto, é preciso agir!
Aqui na SIMBOLICAH, em quase 30 anos de atuação, acreditamos que o primeiro passo é entender a
diferença entre saúde mental e saúde emocional. Precisamos desmistificar a “positividade tóxica” e permitir que as pessoas sejam humanas, com todas as suas emoções. Temos acompanhado uma tendência em medicalizar emoções já que constatamos que não fomos treinamos a reconhecer e lidar com elas.
Portanto ao nosso ver, o primeiro passo, é o letramento de toda organização em SAÚDE MENTAL x SAÚDE EMOCIONAL, ou seja, ao nosso ver a cultura do bem-estar precisa desmascarar os preconceitos, pois quando aprendemos a qualificar o que sentimos e principalmente o porquê sentimos, conseguimos fazer com que as pessoas não medicalizem suas emoções. Ensinamos os manejos com as emoções difíceis e pequenas ações capazes de elevar as emoções positivas. Incentivamos que busquem apoio médico e psicoterapêutico de forma preventiva e claro, remediativa, quando bem diagnosticada.
Ações práticas:
1 – A conscientização das lideranças:
Começar com a preparação das Lideranças é essencial, pois esse nível sofre pressões que impactam sua saúde mental quando não há suporte na cultura organizacional. Somente quando esse profissional for capaz se assumir seu autocuidado, conseguirá cuidar de sua equipe. Ele/a compreenderá que o tal “ambiente psicologicamente saudável”, que todos buscam, é percebido por sua equipe pelos exemplos que ele/a é capaz de dar.
Ou seja, lideranças que são capazes de exercitarem a escuta ativa, terem um olhar atento com interesse
genuíno pelos motivos dos afastamentos de seus colaboradores e capaz de identificar os primeiros sinais de problemas emocionais em suas equipes, como: queda na produtividade; aumento da irritabilidade; aparência de cansaço; alteração de humor repentina; negatividade em relação aos processos e novas ideias; apatia nas reuniões e ansiedade (causador de insônia).
Lembre-se que as lideranças têm o desafio de fazer uma boa leitura de contexto dos diferentes públicos e gerações. Afinal, não há nada tão DESIGUAL como ter a pretensão de tratar com IGUALDADE pessoas
completamente DIFERENTES. Temos hoje, até cinco gerações diferentes trabalhando dentro de uma
mesma organização e cada geração enfrenta desafios únicos em relação à saúde mental e emocional, com aspectos bio-psico-neural da idade, experiência de vida e a resposta aos agentes estressores que varia em relação a regulação hormonal, funcionamento do cérebro e até mesmo vieses inconscientes. influenciados por fatores culturais, referências das redes sociais que participam e de seus desafios socioeconômicos.
Como a Simbolicah é especialista em programas de desenvolvimento de Lideranças já antecipamos que é preciso ter em mente que, preparar as Lideranças requer conteúdo bem direcionados, fora das prateleiras, para que eles/as sejam capazes revisarem seus rituais e práticas com seus times e incentivem suas equipes a participem dos programas oferecidos pela empresa: saúde física, mental e social.
2 – Equipes autoconscientes:
Se trabalhamos numa organização cuja cultura compreende o que é saúde mental, incentiva práticas de
saúde emocional, além do suporte das lideranças, os colaboradores contam com o apoio dos colegas, caso necessitem de um afastamento para se cuidarem, podendo demonstrar suas fragilidades, vulnerabilidade e esse movimento é um grande avanço.
Sempre acreditamos que preparar as equipes para a autoconsciência dos impactos das ações no clima e
bem-estar em suas áreas. Esse tem sido um diferencial da Simbolicah incentivando e promovendo o
desenvolvimento em saúde emocional. Criamos o programa Team Building – INTESER que capacita os
colaboradores com a compreensão dos efeitos das emoções sobre a saúde e o bem-estar e instrumentaliza com técnicas cotidianas de como todos serem corresponsáveis pela saúde emocional da equipe.
Diferente dos programas convencionais já existentes no mercado (dinâmicas e jogos colaborativos) neste há uma imersão para o autoconhecimento de cada integrante que sustenta a compreensão do time para dar certo diante dos desafios.
3 – Indivíduos corresponsáveis:
Se contamos com colegas de trabalho com autoconsciência dos impactos de suas atitudes ou palavras para o clima da área, começamos um movimento de corresponsabilidade cada indivíduo para que esteja aberto para se autoconhecer, participar das iniciativas promovidas pela empresa e se necessário buscar ajuda com profissionais terapeutas ou médicos.
4 – Rituais para a cultura do bem-estar emocional:
É essencial ter a real dimensão dos principais pontos a serem trabalhados na cultura da empresa, bem como o que de fato se sustentará pelos investimentos contínuos e aprimorados pelos avanços na maturidade de suas pessoas e processos. Assim, temos expertise em avaliações com ferramentas que ajudam a mapear o estado atual da saúde emocional dos colaboradores e customizamos as trilhas de desenvolvimento para cada público com metodologias participativas que sustentem a participação de todos os envolvidos neste infinito aprendizado sobre saúde mental e emocional.
Reforçamos que nos distanciamos de ações tomadas pelo impulso ou modismos que chegam ao mundo
corporativo pois como estamos diante de problemas complexos de mundo. Mas é possível direcionarmos a implementação de simples ações que possam contribuir para um clima mais saudável e positivo no ambiente de trabalho.
Algumas ações práticas que as empresas podem implementar:
- Círculo de conversas essenciais – encontros informais entre colaboradores e líderes, criando um espaço seguro para troca de ideias sobre assuntos onde a voz do time prevaleça.
- Check-ins emocionais apoiados nas dimensões do bem-estar integral, dando permissão às emoções difíceis.
- Curadoria para a circulação de livros com temas de autoconhecimento e saúde mental
- Curadoria de filmes para promoção de debates e informações sobre bem-estar
- Curadoria de brindes, passeios e vouchers direcionados a terapias integrativas e complementares
- Workshops, Oficinas e Jogos interativos – focados na saúde emocional na prática com técnicas de: música, teatro, dinâmicas, esportes entre outras.
Conclusão
Ao nosso ver, o real interesse pela saúde mental acontece quando todos assumem que estão susceptíveis às mudanças na vida sejam elas nem sempre desejadas, fáceis e positivas, mas que provoca uma necessidade de adaptação e os aprendizados para saber lidar com elas. Por isso, se todos compreendem a sua vulnerabilidade o bem-estar mental passa a ser um compromisso coletivo:
Trata-se da Conscientização da Alta direção + Plano estratégico RH-DHO + Desenvolvimento das
Lideranças + Ações de Cultura do bem-estar para todos os colaboradores + Desenvolvimento das equipes + Corresponsabilidade de cada indivíduo.
Vamos juntos construir um ambiente de trabalho mais saudável, positivo e resiliente?
Compartilhe este texto e comece a conversa na sua empresa!
Conte com a Simbolicah.